Com palestra de nomenclatura: “ Lutando por uma educação escolar indígena decolonial”, o indígena Katu Angatu que está atualmente atuando como diretor da escola indígena, começou sua fala narrando o processo de luta dos povos tupinambá na região pelo direito a terra. Destacou na sua palestra a importância da ancestralidade existente na sua terra e de como ela é necessária para eles, para a vivencia de seus rituais. Outro ponto de destaque de sua fala, acerca da luta indígena, diz respeito ao massacre indígena que aconteceu no Cururupe, e de como os sobreviventes daquela chacina tiveram que, para sobreviver, negar a sua identidade. A figura do Caboclo Marcelino também foi lembrada pelo indígena que foi figura fundamental para o processo da luta e sobrevivência.
Segundo Katu, entre os territórios de Una, Ilhéus e Buerarema, são cerca de seis mil indígenas e que, apesar de uma grande parcela de indígenas na região, ainda não há o reconhecimento dos tupinambás como povos originários.
O indígena ainda falou sobre a questão ritualística das suas tradições. Ele afirma que o canto do Maracá exerce a função de chamar e dialogar com os encantados. Falou também sobre a importância, a representatividade e a significação que a pintura exerce em seu povo. Cada cerimonia requer uma pintura diferente, para cada ocasião, para cada ação e função há uma pintura representativa. Além disso, ele destacou a importância das coisas da natureza para a energização de seu povo.
Ele finalizou sua fala ressaltando a importância de todos os outros tópicos para a construção de um currículo escolar indígena. Ressaltou o currículo escolar da Escola Estadual Indígena Tupinambá de Abaeté, onde exerce suas funções de diretor, voltado para a educação formal e diretamente atrelado a conteúdos de contexto indígena.
Márcia Mascarenhas
Xêro
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