terça-feira, 2 de junho de 2020

(Cordel) Para rasgar o asfalto

junho 02, 2020 23 Comments

Sugestão de tema: Mateus Lima


Para rasgar o asfalto
Saboreie descer do salto.
Sentir o calor da terra.
Pé no chão, cheiro de mato.
Picareta, britadeira
Furando por inteira
A dor do peito farto.

Para rasgar o asfalto
Concreto ou cimento
A chave precisa ser
Um novo juramento
Os ouvidos tampados
Para os sons inflamados
Saídos do ferimento.

Para rasgar o asfalto
Segurança elétrica 
Não sobrecarregue
O fio da tua métrica 
Recalibrar, desplugar
Pois se você forçar
Perderá forma esférica.

Certifique que tua broca
Tem segura posição
Antes de se começar
Toda e qualquer ação
Agarre firmemente
Comece gentilmente
No asfalto a operação.

Assim, você vai sentir
A vibração que a terra dá
Saiba a voltagem certa
Para se conectar
Com os olhos abertos
Em corpos despertos
É hora de estrondar!

Autoria - Márcia Mascarenhas
Xêro

sexta-feira, 15 de maio de 2020

(CORDEL) Para alçar longos voos

maio 15, 2020 18 Comments



Para alçar longos voos
É necessário se ter
Grandes asas na alma
Na cabeça, um querer.
Tem que conquistar paz
Que o grande céu traz
Para o mundo renascer.

Para alçar longos voos
É preciso gratidão
Na cabeça um enredo
E muita paz no coração.
Construir uma bela história
Viver momentos de glória
Tudo na imaginação!

Para alçar longos voos
É importante escutar
A calma que o tempo tem
Para poder enxergar
O espirito libertador
Que cura toda a dor
E nos faz querer voar!

Novos voos vêm e vão
Nessa vida que se cria
Cada vida uma asa
Cada asa, um novo dia.
Esse novo renascer
É o que nos faz querer viver
E acordar com alegria!


Autoria: Márcia Mascarenhas
Xêro

segunda-feira, 23 de março de 2020

(CORDEL) Preciso acordar mais cedo

março 23, 2020 8 Comments
Resultado de imagem para acordar cedo

Preciso acordar mais cedo
Para ver o sol nascer
Despertar, sorrir, cantar
Até o dia anoitecer
Olhando a bela vista
Que a todos nós conquista
E nos faz querer viver.

Preciso acordar mais cedo
Para que o mundo me note
Despertar de madrugada
Curtir, dançar um xote
Libertar a minha alma
Com sabedoria e calma
Ser um louco Dom Quixote.

Acordar mais cedo é um dom
Que as boas almas tem
A vida espera de você
Muito, muito mais que além
Viver é uma grande arte
Portanto baby, se farte
As boas coisas diga Amém!

Márcia Gabrielle Brito Mascarenhas
Xêro

terça-feira, 17 de março de 2020

(Publicação) Revista LiteraLivre

março 17, 2020 4 Comments

Olá queridos,
Vim trazer para vocês essa edição, já antiga, mas não menos especial da Revista LiteraLivre que tive o imenso prazer de fazer parte com o poema "À prenda, aprenda".
A revista é do Ano 01, edição 04 de 2017.

   

Você pode também baixar a edição da revista diretamente para seu celular, tablet ou computador, clicando AQUI.

Aproveito para informar que a revista está com chamada aberta para novas publicações e o regulamento está disponível no site da revista: LITERALIVRE

Xêro!!!



quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

(RABISCO) Minha alma dizia não

fevereiro 05, 2020 2 Comments





Perdi minha pós-memória
Engolindo a seco o sentido da vida
Fugi das aflições hoje impostas em mim
Magoei minha alma ao pedir sem cautela
Para se lançar fora de meu corpo
Com a finalidade de pôr fim a poesia
amorosa que habita em mim
Mas em vão 
Ela gritou: Não saio, não saio, não saio!
E assim se deu o meu amargo conflito "almatico" 
Eu dizia sim, minha alma dizia não
Eu dizia sim, minha alma dizia não


De : Márcia Mascarenhas
Xêro

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

(EPOA) Palestra com Katu Angatu

janeiro 14, 2020 0 Comments





Com palestra de nomenclatura: “ Lutando por uma educação escolar indígena decolonial”, o indígena Katu Angatu que está atualmente atuando como diretor da escola indígena, começou sua fala narrando o processo de luta dos povos tupinambá na região pelo direito a terra. Destacou na sua palestra a importância da ancestralidade existente na sua terra e de como ela é necessária para eles, para a vivencia de seus rituais. Outro ponto de destaque de sua fala, acerca da luta indígena, diz respeito ao massacre indígena que aconteceu no Cururupe, e de como os sobreviventes daquela chacina tiveram que, para sobreviver, negar a sua identidade. A figura do Caboclo Marcelino também foi lembrada pelo indígena que foi figura fundamental para o processo da luta e sobrevivência. 
Segundo Katu, entre os territórios de Una, Ilhéus e Buerarema, são cerca de seis mil indígenas e que, apesar de uma grande parcela de indígenas na região, ainda não há o reconhecimento dos tupinambás como povos originários. 
O indígena ainda falou sobre a questão ritualística das suas tradições. Ele afirma que o canto do Maracá exerce a função de chamar e dialogar com os encantados. Falou também sobre a importância, a representatividade e a significação que a pintura exerce em seu povo. Cada cerimonia requer uma pintura diferente, para cada ocasião, para cada ação e função há uma pintura representativa. Além disso, ele destacou a importância das coisas da natureza para a energização de seu povo. 
Ele finalizou sua fala ressaltando a importância de todos os outros tópicos para a construção de um currículo escolar indígena. Ressaltou o currículo escolar da Escola Estadual Indígena Tupinambá de Abaeté, onde exerce suas funções de diretor, voltado para a educação formal e diretamente atrelado a conteúdos de contexto indígena. 


Márcia Mascarenhas
Xêro